Prata em subida em flecha de 110% - Informação privilegiada: colapso do sistema de papel, os estoques da COMEX caíram repentinamente 14%

Os preços da prata dispararam de 40 dólares no início do ano para um recorde histórico de 64,28 dólares em 12 de dezembro, com uma valorização acumulada de 110%, muito acima dos 60% do ouro. No entanto, por trás desta subida aparentemente fundamentada, escondem-se crises profundas de manipulação de futuros, aumento repentino de entregas físicas e desconfiança no sistema de papel. Os estoques de prata na COMEX caíram de 16.500 toneladas no início de outubro para 14.100 toneladas, uma redução de 14%.

Três motivações de 110% de aumento e a crise das ilhas

As explicações das principais instituições para a forte alta da prata parecem completas, mas ocultam pontos cegos fatais. A expectativa de redução de taxas do Federal Reserve reacende a valorização de metais preciosos, com dados recentes de emprego e inflação fracos, levando o mercado a apostar em mais cortes de juros no início de 2026. Como ativo altamente elástico, a prata reage de forma mais intensa que o ouro. A demanda industrial também impulsiona o movimento, com crescimento explosivo na energia solar, veículos elétricos, data centers e infraestrutura de IA, refletindo a dupla natureza da prata (metal precioso + metal industrial). A queda contínua dos estoques globais, aliada à produção abaixo do esperado nas minas mexicanas e peruanas no quarto trimestre, agrava a situação.

Entretanto, o perigo da prata reside na sua natureza de “ativo ilha”. O motivo pelo qual o ouro permanece sólido é porque os bancos centrais de todo o mundo compraram mais de 2300 toneladas nos últimos três anos, apoiando-se em seus balanços como extensão da credibilidade soberana. A prata, por outro lado, quase não possui reservas oficiais de bancos centrais, com mais de 36 mil toneladas de ouro, enquanto as reservas oficiais de prata são quase zero. Sem o suporte do banco central, diante de volatilidade extrema, a prata carece de qualquer estabilizador sistêmico.

Diferenças fatais entre prata e ouro

Reservas dos bancos centrais: ouro 36 mil toneladas vs. prata quase zero, falta de estabilizador nacional

Volume de negociação diário: ouro US$ 150 bilhões vs. prata apenas US$ 5 bilhões, liquidez 30 vezes menor

Formas de negociação: o mercado de prata é dominado por futuros, derivativos e ETFs, com menos de 2% em transações físicas

A disparidade na profundidade do mercado torna a prata altamente suscetível à manipulação. Comparando o ouro ao Oceano Pacífico, a prata seria como o Lago Poyang, de menor porte, com poucos market makers e baixa liquidez. Grandes entradas de capital podem rapidamente perturbar a superfície, como aconteceu este ano: uma entrada repentina de fundos elevou rapidamente um mercado já pouco profundo, distanciando os preços dos fundamentos.

O aumento anormal do prêmio de futuros indica manipulação

A verdadeira guerra de preços ocorre no mercado de futuros. Normalmente, o preço à vista da prata deve estar um pouco acima do preço futuro, pois manter o metal físico implica custos de armazenamento e seguros, enquanto os futuros são apenas contratos. Essa “prata à vista com prêmio” é a norma de mercado. Mas, desde o terceiro trimestre deste ano, essa lógica foi invertida: os preços futuros começaram a ficar sistematicamente mais altos do que os preços à vista, com a diferença aumentando cada vez mais.

Essa “anomalia do prêmio de futuros” ocorre geralmente em duas situações: ou o mercado está extremamente otimista com o futuro, ou há manipulação sistemática. Considerando que a melhora dos fundamentos da prata é gradual, com demanda de energia solar e renováveis que não explode de uma hora para outra, e que a produção das minas não vai se esgotar repentinamente, a atuação agressiva no mercado de futuros parece mais com a segunda hipótese: fundos sistematicamente elevando os preços futuros, forçando vendedores a liquidar suas posições ou realizar entregas físicas.

Um sinal ainda mais perigoso vem das entregas físicas anormais. O maior mercado de metais preciosos do mundo, a COMEX, mostra dados históricos de que a proporção de entregas físicas em contratos futuros é inferior a 2%, enquanto os 98% restantes são liquidados em dinheiro ou com rollover de contratos. Entretanto, nos últimos meses, as entregas físicas de prata na COMEX aumentaram muito, superando em muito os níveis históricos. Cada vez mais investidores perdem a confiança na “prata de papel” e solicitam a retirada de barras físicas de prata.

Os ETFs de prata também exibem fenômenos semelhantes. Com a entrada maciça de fundos, alguns investidores começaram a resgatar barras físicas de prata em vez de cotas de fundos. Essa “corrida por resgate” pressiona as reservas de barras físicas do ETF. Dados do Wind mostram que, na semana de 24 de novembro, o estoque de prata na Bolsa de Xangai caiu 58,83 toneladas, para 715,875 toneladas, atingindo o menor nível desde julho de 2016. Os estoques de prata na COMEX, de 16.500 toneladas em outubro, caíram para 14.100 toneladas, uma redução de 14%.

A armadilha de liquidez do sistema de reservas fracionadas

存託白銀庫存

(Fonte: GoldChartsRus)

O mercado de metais preciosos na era moderna é altamente financeiro, com grande parte da “prata” sendo apenas números em contas. Os lingotes físicos realmente existentes são emprestados, hipotecados e derivados globalmente, com uma onça de prata física muitas vezes correspondendo a dezenas de direitos de propriedade em papel. O trader experiente Andy Schectman revelou que a LBMA possui apenas 140 milhões de onças de oferta flutuante, mas o volume diário de negociação chega a 600 milhões de onças, com mais de 2 bilhões de onças em direitos de crédito em papel sobre essas 140 milhões de onças.

Esse sistema de reservas fracionadas funciona bem na rotina, mas quando todos querem a posse física, ocorre uma crise de liquidez. Ainda mais estranho foi o momento em que a prata superou US$ 56, em 28 de novembro, quando a CME ficou fora do ar por quase 11 horas devido a uma “falha de resfriamento do data center”, marcando o recorde de interrupção mais longa de sua história, impossibilitando a atualização normal dos preços futuros de ouro e prata. A operadora do data center, CyrusOne, afirmou posteriormente que a interrupção foi causada por erro humano, alimentando teorias da conspiração de que os “market makers” estariam protegendo seus interesses.

J.P. Morgan desempenha papel central nesse jogo de manipulação. Segundo dados mais recentes da CME, de 11 de dezembro, o banco controla cerca de 196 milhões de onças de prata na COMEX (autogestão + corretagem), representando quase 43% de todo o estoque da bolsa. Além disso, J.P. Morgan é custodiante do ETF de prata (SLV), com 517 milhões de onças sob sua custódia até novembro de 2025. Ainda mais importante, entre as reservas de prata elegíveis ao delivery, mas ainda não registradas, J.P. Morgan controla mais da metade. Isso coloca o banco na posição de “porteiro da prata”, controlando a oferta física efetiva do mercado.

A onda de desdolarização e o movimento pela posse física

A situação da prata não é única; o mercado do ouro também está passando por mudanças. Os fundos estão saindo silenciosamente dos ativos altamente financeiros como ETFs, derivativos e produtos estruturados, migrando para ativos físicos que não dependem de intermediários financeiros ou de crédito. Os bancos centrais continuam adquirindo ouro em grande escala, quase sempre em forma física, com a Rússia proibindo exportações de ouro e países como Alemanha e Holanda exigindo o retorno de suas reservas de ouro de fora do país.

A liquidez está dando lugar à certeza. Quando o fornecimento de ouro não consegue atender à forte demanda por posse física, o capital começa a procurar alternativas, e a prata torna-se a primeira escolha. Segundo a Bloomberg, em outubro, o ouro global está migrando do Ocidente para o Oriente, com mais de 527 toneladas saindo de cofres em Nova York e Londres desde o final de abril, enquanto a China e outros grandes consumidores asiáticos aumentam suas importações. Em agosto, a China atingiu uma alta de quatro anos na importação de ouro. Para adaptar-se às mudanças de mercado, o JPMorgan transferiu sua equipe de metais preciosos dos EUA para Cingapura no final de novembro de 2025.

O grande aumento da prata representa o retorno ao padrão-ouro. Embora possa parecer inviável no curto prazo, uma coisa é certa: quem possuir mais posse física terá maior poder de definição de preço. Essa movimentação pela posse física é, na essência, uma disputa pela reentrada do poder de precificação monetária em um contexto de dólar fraco e desglobalização. Quando a música parar, só os com ouro de verdade poderão sentar-se tranquilamente.

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