O pioneiro dos aspiradores robot saiu do mercado, a iRobot não perdeu para os preços baixos da China, mas sim vive no seu próprio mundo de ontem, na sua torre de marfim
iRobot anunciou a sua reestruturação de falência sob o Capítulo 11 no estado de Delaware, EUA, sendo adquirida por uma fábrica de OEM na China. Isto não é apenas uma derrota na competição comercial, mas uma fábula de advertência sobre inovação, globalização e transferência de poder.
(Informação adicional: Oracle despenca 40%, será que a infraestrutura excessiva de IA vai arruinar os gigantes?)
(Informação adicional: a16z prevê que, em 2026, os quatro principais tendências serão divulgadas primeiro)
Índice deste artigo
Quando os pioneiros se tornam coordenadas antigas no mapa
IA de máquina única contra o cérebro na nuvem
Quando a mão reguladora empurra a Amazon, mas dá as boas-vindas ao capital chinês
Quando vi pela primeira vez o Roomba batendo por aí na sala de estar, na verdade, não fiquei tão impressionado. Para ser honesto, ele não limpava assim tão bem, e muitas vezes ficava preso debaixo do sofá. Mas você percebe uma coisa: o espaço da “casa” começou a ser invadido por máquinas.
Era o início dos anos 2000, quando a iRobot colocou um disco circular na casa da classe média, vendendo não força de sucção, mas uma pitada de futurismo…
Vinte anos depois, esse futurismo entrou em falência oficialmente. Ainda mais surreal, quem arrumou a bagunça não foi um cavaleiro branco do Vale do Silício, mas uma empresa chinesa que há anos fazia OEM para ela, a PICEA. As ações ordinárias zeraram, um símbolo da tecnologia americana, que de repente virou uma empresa privada 100% chinesa. Isto não é uma novela, é a realidade da indústria global.
Quando os pioneiros se tornam coordenadas antigas no mapa
Muita gente reage primeiro com “Mais uma vez a China venceu com preços baixos”. Essa explicação é preguiçosa demais, fácil demais. JJ acredita que a iRobot não perdeu por ser barata, mas por continuar acreditando que o mundo seguiria o mapa que ela traçou na época.
Como pioneira na robótica de limpeza, a definição de “bom produto” para a iRobot era muito simples: limpar bem. Então ela investiu tudo em hardware de máquina única, especialmente navegação visual vSLAM. Essa abordagem é muito bonita em laboratório, funciona bem em casas bem iluminadas, e até reconhece meias, cabos… parece bem AI.
Mas o mercado não espera você dominar uma técnica até a perfeição.
Quando o concorrente simplesmente trouxe LiDAR, a coisa mudou. O laser não depende de luz, mapeia rápido e com precisão, e junto com funções de varrição e limpeza, coleta automática de poeira, lavagem de pano, além de um aplicativo decente, os consumidores não querem ouvir sua filosofia técnica, só perguntam: por que você é mais caro e mais complicado?
Isso é uma tragédia antiga. Não é que você não se esforce, mas que o mercado já não se importa mais com a direção do seu esforço.
Mais mortal ainda, a compreensão da iRobot sobre “inteligência” parou na geração anterior. Ela acredita que a inteligência deve estar embutida na máquina, uma cabeça cara, forte, que opera de forma independente. O problema é que o mundo já mudou para o modelo de nuvem. Marcas chinesas jogam com dados, OTA, iteração rápida.
Obstáculos que hoje não parecem resolver, na próxima semana já estarão resolvidos com uma atualização. Hardware virou uma casca, a verdadeira competição acontece no backend.
IA de máquina única contra o cérebro na nuvem
Isso faz o pensamento de máquina única parecer lento e caro. As patentes e algoritmos acumulados pela iRobot ao longo dos anos depreciam-se rapidamente na corrida por “quem aprende mais rápido o comportamento do usuário”. Além disso, sua postura conservadora em relação à privacidade impede o uso e armazenamento de dados, e sem dados, a IA não cresce.
Mas o verdadeiro ponto de virada não está no produto, e sim na cadeia de valor.
O roteiro do passado era claro: os EUA ficavam com a imaginação e definição de marca, a China com a fabricação. As marcas ganhavam a margem, a fabricação ficava com a margem de lucro. O problema é que a fabricação chinesa já não é só fazer encomendas: capital, engenheiros, capacidade de integração da cadeia de suprimentos, tudo está no lugar.
Quando a manufatura começa a entender o mercado, os custos e as finanças, o papel se inverte.
O passo mais inteligente da PICEA foi assumir as dívidas da iRobot. De fabricante OEM, passou a credor, e quando a outra parte não aguentou, a dívida virou participação acionária. Sem uma aquisição dramática ou hostil, apenas um cálculo frio de capital. Não é uma marca derrotando outra, mas uma cadeia de valor que, na parte inferior, engole a superior.
Se a história terminasse aqui, já seria bastante cruel. Mas a realidade ainda acrescenta uma camada de humor negro…
Quando a mão reguladora empurra a Amazon, mas dá as boas-vindas ao capital chinês
Em 2022, a Amazon tentou comprar a iRobot por 1,7 bilhões de dólares. Para a iRobot na época, era quase sua única saída. Mas as autoridades reguladoras europeias e americanas entraram em ação, contra monopólio e concentração de dados, bloqueando o negócio. No final, a transação fracassou, e o desejo de recuperar o investimento da iRobot foi frustrado.
E assim surge uma cena absurda: para evitar o monopólio de gigantes americanos, marcas americanas são bloqueadas, e a empresa inteira acaba vendendo para capital chinês. As regulações querem proteger o mercado, mas acabam abrindo a porta para outro jogador.
O fim da iRobot não é só uma derrota do produto, mas a falência de toda uma lógica do velho mundo. Escolhas erradas na rota tecnológica, modelos de negócio lentos, uma cadeia de valor confortável demais, além da turbulência geopolítica, empurraram essa empresa para a queda.
Aquele zumbido do Roomba, que um dia simbolizou o futuro, agora soa mais como um lembrete: inovação não pertence às primeiras pessoas, nem às que gritam mais alto, mas àquelas que usam o menor custo e a maior velocidade para transformá-la em fluxo de caixa, ou até comprá-la diretamente.
Essa questão, a iRobot não respondeu. Mas o mercado já escreveu o final com ações concretas.
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O pioneiro dos aspiradores robot saiu do mercado, a iRobot não perdeu para os preços baixos da China, mas sim vive no seu próprio mundo de ontem, na sua torre de marfim
iRobot anunciou a sua reestruturação de falência sob o Capítulo 11 no estado de Delaware, EUA, sendo adquirida por uma fábrica de OEM na China. Isto não é apenas uma derrota na competição comercial, mas uma fábula de advertência sobre inovação, globalização e transferência de poder.
(Informação adicional: Oracle despenca 40%, será que a infraestrutura excessiva de IA vai arruinar os gigantes?)
(Informação adicional: a16z prevê que, em 2026, os quatro principais tendências serão divulgadas primeiro)
Índice deste artigo
Quando vi pela primeira vez o Roomba batendo por aí na sala de estar, na verdade, não fiquei tão impressionado. Para ser honesto, ele não limpava assim tão bem, e muitas vezes ficava preso debaixo do sofá. Mas você percebe uma coisa: o espaço da “casa” começou a ser invadido por máquinas.
Era o início dos anos 2000, quando a iRobot colocou um disco circular na casa da classe média, vendendo não força de sucção, mas uma pitada de futurismo…
Vinte anos depois, esse futurismo entrou em falência oficialmente. Ainda mais surreal, quem arrumou a bagunça não foi um cavaleiro branco do Vale do Silício, mas uma empresa chinesa que há anos fazia OEM para ela, a PICEA. As ações ordinárias zeraram, um símbolo da tecnologia americana, que de repente virou uma empresa privada 100% chinesa. Isto não é uma novela, é a realidade da indústria global.
Quando os pioneiros se tornam coordenadas antigas no mapa
Muita gente reage primeiro com “Mais uma vez a China venceu com preços baixos”. Essa explicação é preguiçosa demais, fácil demais. JJ acredita que a iRobot não perdeu por ser barata, mas por continuar acreditando que o mundo seguiria o mapa que ela traçou na época.
Como pioneira na robótica de limpeza, a definição de “bom produto” para a iRobot era muito simples: limpar bem. Então ela investiu tudo em hardware de máquina única, especialmente navegação visual vSLAM. Essa abordagem é muito bonita em laboratório, funciona bem em casas bem iluminadas, e até reconhece meias, cabos… parece bem AI.
Mas o mercado não espera você dominar uma técnica até a perfeição.
Quando o concorrente simplesmente trouxe LiDAR, a coisa mudou. O laser não depende de luz, mapeia rápido e com precisão, e junto com funções de varrição e limpeza, coleta automática de poeira, lavagem de pano, além de um aplicativo decente, os consumidores não querem ouvir sua filosofia técnica, só perguntam: por que você é mais caro e mais complicado?
Isso é uma tragédia antiga. Não é que você não se esforce, mas que o mercado já não se importa mais com a direção do seu esforço.
Mais mortal ainda, a compreensão da iRobot sobre “inteligência” parou na geração anterior. Ela acredita que a inteligência deve estar embutida na máquina, uma cabeça cara, forte, que opera de forma independente. O problema é que o mundo já mudou para o modelo de nuvem. Marcas chinesas jogam com dados, OTA, iteração rápida.
Obstáculos que hoje não parecem resolver, na próxima semana já estarão resolvidos com uma atualização. Hardware virou uma casca, a verdadeira competição acontece no backend.
IA de máquina única contra o cérebro na nuvem
Isso faz o pensamento de máquina única parecer lento e caro. As patentes e algoritmos acumulados pela iRobot ao longo dos anos depreciam-se rapidamente na corrida por “quem aprende mais rápido o comportamento do usuário”. Além disso, sua postura conservadora em relação à privacidade impede o uso e armazenamento de dados, e sem dados, a IA não cresce.
Mas o verdadeiro ponto de virada não está no produto, e sim na cadeia de valor.
O roteiro do passado era claro: os EUA ficavam com a imaginação e definição de marca, a China com a fabricação. As marcas ganhavam a margem, a fabricação ficava com a margem de lucro. O problema é que a fabricação chinesa já não é só fazer encomendas: capital, engenheiros, capacidade de integração da cadeia de suprimentos, tudo está no lugar.
Quando a manufatura começa a entender o mercado, os custos e as finanças, o papel se inverte.
O passo mais inteligente da PICEA foi assumir as dívidas da iRobot. De fabricante OEM, passou a credor, e quando a outra parte não aguentou, a dívida virou participação acionária. Sem uma aquisição dramática ou hostil, apenas um cálculo frio de capital. Não é uma marca derrotando outra, mas uma cadeia de valor que, na parte inferior, engole a superior.
Se a história terminasse aqui, já seria bastante cruel. Mas a realidade ainda acrescenta uma camada de humor negro…
Quando a mão reguladora empurra a Amazon, mas dá as boas-vindas ao capital chinês
Em 2022, a Amazon tentou comprar a iRobot por 1,7 bilhões de dólares. Para a iRobot na época, era quase sua única saída. Mas as autoridades reguladoras europeias e americanas entraram em ação, contra monopólio e concentração de dados, bloqueando o negócio. No final, a transação fracassou, e o desejo de recuperar o investimento da iRobot foi frustrado.
E assim surge uma cena absurda: para evitar o monopólio de gigantes americanos, marcas americanas são bloqueadas, e a empresa inteira acaba vendendo para capital chinês. As regulações querem proteger o mercado, mas acabam abrindo a porta para outro jogador.
O fim da iRobot não é só uma derrota do produto, mas a falência de toda uma lógica do velho mundo. Escolhas erradas na rota tecnológica, modelos de negócio lentos, uma cadeia de valor confortável demais, além da turbulência geopolítica, empurraram essa empresa para a queda.
Aquele zumbido do Roomba, que um dia simbolizou o futuro, agora soa mais como um lembrete: inovação não pertence às primeiras pessoas, nem às que gritam mais alto, mas àquelas que usam o menor custo e a maior velocidade para transformá-la em fluxo de caixa, ou até comprá-la diretamente.
Essa questão, a iRobot não respondeu. Mas o mercado já escreveu o final com ações concretas.
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