Fevereiro de 2025, mais uma vez, um evento trágico dominou a comunidade cripto. O Safe (Wallet), considerado um padrão na indústria de soluções de assinatura múltipla, perdeu 1,6 bilhões de dólares num ataque front-end. Ironicamente, o ataque não veio de uma vulnerabilidade zero-day complexa ou de tecnologias quânticas avançadas, mas de um problema antigo — a interface de interação na operação da chave, que já nasceu com falhas.
Números alarmantes: desde 2020, mais de 50 bilhões de dólares desapareceram de várias carteiras que alegam ser “seguras”. Cada ataque segue um padrão familiar — a blockchain permanece intacta, a criptografia continua sólida, mas os fundos dos usuários simplesmente evaporam de forma misteriosa.
Isso levanta uma questão dolorosa: estamos sempre protegendo apenas a camada de erro.
**O verdadeiro problema não está na proteção, mas na arquitetura**
É hora de refletir — se a vulnerabilidade não está nas medidas de segurança, será que ela está em um ponto cego do design fundamental?
**Localização dos ativos e chaves**
Primeiro, vamos corrigir um equívoco comum: seus ativos não estão na sua carteira.
Parece absurdo, não é? Mas é a pura verdade. Seus bitcoins não estão armazenados no Ledger, sua Ethereum não está no banco de dados do MetaMask. Os ativos criptográficos realmente vivem na blockchain — um livro-razão distribuído, imutável, completamente transparente e permanentemente registrado. Os hackers não podem atacá-la diretamente, não podem alterá-la e ela não desaparece do nada.
Então, o que está na sua carteira? No fundo, uma sequência de chaves — as chaves que abrem o acesso aos ativos na blockchain. A carteira é uma espécie de chave-mestra para o cofre na blockchain, não o cofre em si.
Essa distinção, por mais sutil que pareça, é crucial. A segurança da blockchain em si é sólida; a vulnerabilidade está na interação entre o usuário e as chaves — ou seja, na interface e no fluxo de operação da carteira.
**Por que os ataques front-end são tão eficazes**
Quando o usuário clica em “confirmar transação” na carteira, o que realmente acontece? Sua chave privada precisa ser acessada, uma assinatura deve ser gerada, e a comunicação com a blockchain deve ser concluída. Em todo esse processo, cada etapa pode ser interceptada.
Aplicativos de carteira podem ser adulterados, extensões de navegador podem ter scripts maliciosos injetados, e até a janela de assinatura que você vê pode não ser a transação real. O usuário vê uma tela de confirmação, mas por trás os detalhes reais da transação podem ser completamente diferentes.
É por isso que 500 bilhões de dólares podem simplesmente escorrer para carteiras de hackers. A blockchain como livro-razão é segura, mas, no momento em que o humano interage com ela, torna-se extremamente vulnerável.
**A raiz do problema**
Se reconhecermos que a interface de front-end de uma carteira é fundamentalmente frágil, qual seria a solução? Talvez o problema não seja simplesmente “criar uma carteira mais segura”, mas repensar toda a arquitetura de gestão de chaves. Algumas soluções emergentes tentam redesenhar esse fluxo usando Passkeys, computação multipartes, computação de privacidade, entre outras tecnologias, visando tornar a interação do usuário com os ativos na blockchain mais confiável e protegida.
Porém, antes disso, cada participante precisa entender: sua “carteira segura” talvez não seja tão segura assim. A verdadeira segurança pode começar por uma mudança na compreensão do que é uma carteira.
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SchrödingersNode
· 8h atrás
Mais uma vez, front-end e UI, quão familiarizados eles estão com esses truques. Em resumo, a carteira é apenas uma chave, o verdadeiro cofre está na cadeia, e todos nós estamos nos enganando como na experiência de Schrödinger.
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OldLeekConfession
· 8h atrás
Mais uma vez, essa história; a carteira não é um cofre, apenas uma chave, parece correto, mas não muda o fato de ser vulnerável a ataques de phishing.
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TokenomicsDetective
· 8h atrás
Outra vez a frente? Vou dizer-lhe, a questão do Safe não é nada nova, é apenas uma velha tática com uma nova embalagem. 500 bilhões de dólares, vale mesmo a pena esse aprendizado?
Veja diretamente este artigo, carteiras são apenas uma ilusão. A interface de confirmação que você vê pode já ter sido trocada pelo sistema, e você ainda assim clica na confirmação de bobeira.
Resumindo, é uma arquitetura ruim, por mais patches que façam, não salva. Passkeys, cálculos multi-party, ainda assim é melhor não mexer em carteiras, é mais rápido.
Tem que mudar a raiz do problema, senão continuará pagando o imposto da inteligência.
**Introdução: um pesadelo recorrente**
Fevereiro de 2025, mais uma vez, um evento trágico dominou a comunidade cripto. O Safe (Wallet), considerado um padrão na indústria de soluções de assinatura múltipla, perdeu 1,6 bilhões de dólares num ataque front-end. Ironicamente, o ataque não veio de uma vulnerabilidade zero-day complexa ou de tecnologias quânticas avançadas, mas de um problema antigo — a interface de interação na operação da chave, que já nasceu com falhas.
Números alarmantes: desde 2020, mais de 50 bilhões de dólares desapareceram de várias carteiras que alegam ser “seguras”. Cada ataque segue um padrão familiar — a blockchain permanece intacta, a criptografia continua sólida, mas os fundos dos usuários simplesmente evaporam de forma misteriosa.
Isso levanta uma questão dolorosa: estamos sempre protegendo apenas a camada de erro.
**O verdadeiro problema não está na proteção, mas na arquitetura**
É hora de refletir — se a vulnerabilidade não está nas medidas de segurança, será que ela está em um ponto cego do design fundamental?
**Localização dos ativos e chaves**
Primeiro, vamos corrigir um equívoco comum: seus ativos não estão na sua carteira.
Parece absurdo, não é? Mas é a pura verdade. Seus bitcoins não estão armazenados no Ledger, sua Ethereum não está no banco de dados do MetaMask. Os ativos criptográficos realmente vivem na blockchain — um livro-razão distribuído, imutável, completamente transparente e permanentemente registrado. Os hackers não podem atacá-la diretamente, não podem alterá-la e ela não desaparece do nada.
Então, o que está na sua carteira? No fundo, uma sequência de chaves — as chaves que abrem o acesso aos ativos na blockchain. A carteira é uma espécie de chave-mestra para o cofre na blockchain, não o cofre em si.
Essa distinção, por mais sutil que pareça, é crucial. A segurança da blockchain em si é sólida; a vulnerabilidade está na interação entre o usuário e as chaves — ou seja, na interface e no fluxo de operação da carteira.
**Por que os ataques front-end são tão eficazes**
Quando o usuário clica em “confirmar transação” na carteira, o que realmente acontece? Sua chave privada precisa ser acessada, uma assinatura deve ser gerada, e a comunicação com a blockchain deve ser concluída. Em todo esse processo, cada etapa pode ser interceptada.
Aplicativos de carteira podem ser adulterados, extensões de navegador podem ter scripts maliciosos injetados, e até a janela de assinatura que você vê pode não ser a transação real. O usuário vê uma tela de confirmação, mas por trás os detalhes reais da transação podem ser completamente diferentes.
É por isso que 500 bilhões de dólares podem simplesmente escorrer para carteiras de hackers. A blockchain como livro-razão é segura, mas, no momento em que o humano interage com ela, torna-se extremamente vulnerável.
**A raiz do problema**
Se reconhecermos que a interface de front-end de uma carteira é fundamentalmente frágil, qual seria a solução? Talvez o problema não seja simplesmente “criar uma carteira mais segura”, mas repensar toda a arquitetura de gestão de chaves. Algumas soluções emergentes tentam redesenhar esse fluxo usando Passkeys, computação multipartes, computação de privacidade, entre outras tecnologias, visando tornar a interação do usuário com os ativos na blockchain mais confiável e protegida.
Porém, antes disso, cada participante precisa entender: sua “carteira segura” talvez não seja tão segura assim. A verdadeira segurança pode começar por uma mudança na compreensão do que é uma carteira.